28 de jul. de 2015
As pessoas estão tristes
Minha filha tem 1 ano e 5 meses.
Na falta de espaços públicos e seguros em São Paulo, de vez em quando damos um pulo num shopping próximo de casa. O shopping fica na Vila Olímpia, um bairro recheado de empresas de renome e cobiçadas por quem quer fazer carreira. O público do shopping é na maioria executivos destas empresas.
Hoje, enquanto estávamos jantando na praça de alimentação do shopping, uma cena me chamou a atenção.
Minha filha queria por que queria "dandar". Na fase em que ela está não fica mais nem 5 minutos no colo. Eu e minha esposa começamos a nos revezar na tarefa de segurar as mãos da Helena enquanto ela dava seus malucos passos pelo local.
Isso foi só começo. Depois que encontrou um grande local vazio (anteriormente ocupado por um restaurante italiano "gourmet"), ela se divertiu ainda mais. Rolou, deu gritos de excitação, engatinhou, andou. Tudo na mais bela e pura felicidade.
Enquanto ela fazia este show à parte, não pude deixar de notar o contraste entre a felicidade da Helena e a tristeza nas demais pessoas, paralisadas atrás da tela do celular ou simplesmente olhando para o vazio (algumas conversavam em grupos de amigos, é verdade.)
O que ficou para mim foi a tristeza dos adultos, atolados nas suas preocupações e medos. E note que estamos falando em sua maioria de executivos que trabalham num dos centros empresariais da maior cidade do país. Pessoas que certamente tem as carreiras e o padrão de vida desejados por milhões de brasileiros.
Enquanto uns sofrem, a Helena estava lá, feliz simplesmente por andar, rolar no chão e aprender sobre esta coisa mágica chamada vida.
Aos adultos, em alguns momentos resta esquecer as teorias mágicas, os livros, as dicas de internet, as fórmulas mirabolantes e lembrar somente do mais essencial: a felicidade está na vida vivida aqui e agora.
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