21 de out. de 2012

A liderança no estilo II Guerra Mundial



Durante o período em que vivi na Inglaterra um dos meus passatempos favoritos era visitar museus. Como morava perto de Londres, sempre aproveitava para desfrutar as maravilhas que dos museus britânicos (que sempre estão entre os melhores do mundo e ainda por cima são gratuitos).

Um dia decidi visitar o Churchill War Rooms, um verdadeiro quartel general subterrâneo criado pelas forças armadas britânicas em 1939 para proteger seu primeiro ministro (à época Winston Churchill) e seus principais generais, além de servir como base para as decisões sobre como o Reino Unido iria se defender dos bombardeios alemães durante a Segunda Guerra Mundial.

Esta "mini cidade subterrânea" proporcionava a cada general um quarto, embora modesto. Havia também uma sala de mapas, onde especialistas produziam mapas e gráficos atualizados sobre o andamento da guerra. Demais salas eram utilizadas para reuniões entre Churchill e seus generais decidirem os rumos da guerra.

Outra curiosidade era uma sala onde foi instalado um enorme equipamento de última geração. Nada mais do que uma linha telefônica sigilosa, que permitia ligações diretas entre Churchill e o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt.

Este quartel general subterrâneo ficava a poucos metros do Parlamento Britânico e do Big Ben.
Recomendo a visita a qualquer amante de museus.

Olhando para a maneira como a guerra era administrada naquela época (início dos anos 1940) e fazendo um paralelo com a gestão das organizações atuais, é interessante notar como a diretoria de muitas empresas ainda funciona como um verdadeiro bunker de guerra. Um grupo de “sábios” da organização se isola em uma sala (geralmente não no subterrâneo mas sim no topo do prédio) e de lá decidem tomar as principais decisões que irão afetar o futuro da empresa.

Este modelo de liderança geralmente tem pouca ou nenhuma conexão com o “mundo real”.

De 1939 a 1945 este modelo hierárquico de liderança funcionou e os ingleses e americanos venceram a guerra.

Mas será que alguém se esqueceu de avisar os líderes de hoje em dia que já se passaram mais de 60 anos?

Como alguém que fica trancado numa sala no topo do prédio, sem visitar clientes, acessar redes sociais e ver o “mundo real” poderá tomar boas decisões?

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