Esta semana, li um artigo sobre os benefícios sociais que o governo do Reino Unido está oferecendo aos desempregados. A Inglaterra e praticamente toda a Europa estão mergulhados em uma crescente crise econômica, gerada basicamente pelos déficits contraídos pelos governos para aquecer suas economias durante a crise de 2008.
A principal discussão do artigo estava baseada numa pesquisa que descobriu que os desempregados britânicos gastam apenas 8 minutos por dia procurando emprego.
Ao que tudo indica, os benefícios sociais (basicamente dinheiro oferecido pelo governo aos desempregados) criaram um comodismo que faz as pessoas pararem de procurar emprego, em vez de gerar o efeito contrário.
Agora, o governo britânico está disposto a apertar a cobrança para que os desempregados aceitem trabalhar em empregos que ficam a até 1 hora e meia de distância de suas casas e a aceitar ofertas de trabalho, sob o risco de terem seus benefícios sociais cancelados caso decidam continuar desempregados.
Isso não é um problema exclusivo do governo do Reino Unido. No Brasil há também alegações de que o programa Bolsa Família gera comodismo e muitas pessoas deixam de trabalhar ou de procurar emprego para continuarem a receber o dinheiro do governo.
Dar incentivos para motivar os outros a fazerem algo é um problema de todas as organizações.
O exemplo mais clássico ocorre na área de vendas. Se por um lado, um salário variável pode significar um bom mecanismo para incentivar vendas acima dos objetivos, por outro lado geralmente significa uma remuneração que os consultores de vendas tendem a considerar como parte integrante do seu salário. E quando os objetivos não são atingidos, há uma grande insatisfação, geralmente muito maior do que a motivação gerada quando os resultados são atingidos.
Segundo o autor Daniel Pink (leia mais aqui), há estudos que comprovam que para tarefas não repetitivas, as chamadas “cenouras” ou prêmios por recompensa, diminuem a motivação dos funcionários.
Recompensas em dinheiro funcionam bem para trabalhos repetitivos, algo cada vez menos presente na sociedade atual, onde o conhecimento e as idéias tem impacto muito maior do que braços e músculos.
Portanto, se sua empresa é uma fábrica com trabalhos repetitivos, vale a pena pensar num mecanismo do tipo: “Produza mais e ganhe mais.”
Senão, em vez de gastar dinheiro com recompensas que podem desmotivar e levar a atitudes contrárias às desejadas, invista em treinamento, diálogo e uma gestão humana e democrática. Isso sim aumenta a motivação, pois no final todos querem ser tratados como Seres Humanos adultos, algo ainda incomum nas empresas de hoje em dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário